O maior problema que todos enfrentamos agora é a INSEGURANÇA….
Enquanto não existir uma vacina segura como será o comportamento de todos em relação a participação em aglomerações e viagens? Vão voltar com certeza, mas como?
Fico pensando que a pandemia nos obrigou a fazer reflexões profundas sobre nosso estilo de vida, o que consumimos, as relações profissionais e pessoais, o conceito dos escritórios….
Um verdadeiro RITO DE PASSAGEM para um novo normal….
E quais serão as principais mudanças? Ou devemos encarar estes tempos como uma evolução “darwiniana” para nos adaptarmos aos novos tempos econômicos?
A primeira grande mudança na minha opinião…
Cooperação: Seres humanos tem como um dos grandes diferenciais em relação aos outros mamíferos a cooperação em larga escala. Mesmo com pessoas que não conhecemos intimamente podemos desenvolver planos e idéias em comum. Os antropólogos chamam isso de “mitos compartilhados”. As empresas para sobreviverem vão necessariamente ter que cooperar mais. Faz sentido duas empresas competirem pelo mesmo mercado se o mesmo mercado reduziu 80% ou 90%? Se não for pelo bem que seja pela negociação entre as partes
São mais frequentes agora os rumores de uma união INFORMA + REED EXHIBITIONS….
A maior empresa de eventos do mundo comprando a 2ª maior….. Será?
Em um dos setores mais afetados pela pandemia faz todo o sentido players antagônicos iniciarem conversas sobre o futuro imediato e o propósito de longo prazo….
Eventos não vão acabar…é da natureza humana…Somos gregários por excelência….
Pelo contrário…sendo cada vez mais híbridos terão cada vez mais relevância….
Vão continuar inspirando,conectando pessoas,gerando conexões emocionais e comerciais
Mas duas empresas competirem por um mercado reduzido com estruturas de custos altas não faz muito sentido econômico. Ainda mais agora. É tempo de repensar tudo…..
Ambas as empresas ainda não demonstraram como vão atuar neste mundo mais híbrido pois sempre foram experts na realização de eventos F2F com foco B2B e algumas ações B2C…
Ambas as empresas estão se esforçando para transferir receitas de m2 ( área ) para atividades digitais ( pixels ), Mas com qual velocidade? Com qual estratégia? Não seria melhor ambas pensarem em conjunto como seria este mundo dos eventos B2B além do físico? Ou seria melhor continuarem separadas competindo pelas mesmas “migalhas”?
Ambas as empresas faturam mais em outros países do que no pais na qual surgiram e estão registradas (UK ) o que de certa forma é positivo pois demonstra a abrangência e relevância mundial do setor e dos eventos em geral.
Eventos são indutores da economia. Qualquer economia…em qualquer pais….
Ambas as empresas são negociadas na bolsa de valores de Londres o que reforça que ambas deveriam estar pensando em um propósito de longo prazo pois o mundo passou pela transformação da pandemia e os retornos dos investimentos deverão ter alterações de metas
Alguém vai investir no longo prazo em um setor que não demonstrou como irá manter as suas receitas se uma nova pandemia acontecer? Eventos , hotéis e viagens precisam pensar nisso…
Ambas as empresas atuam em setores distintos ( existe feira de negócio para qualquer setor da economia não é mesmo? Eu conheço até uma feira só de parafusos….) portanto uma compra ou fusão teria bons resultados econômicos para o CEO que reinar…
A maior diferença entre ambas na minha opinião é que a INFORMA tem um foco maior na realização de eventos F2F enquanto a REED por ser parte de um grupo (RELX) com foco muito grande na geração de receitas online pode parecer o “patinho feio” dentro da organização neste mundo digital pós covid. Entre as 10 maiores empresas do setor no mundo a REED é a única que tem este perfil ligado a um grande grupo que já fez a transição do físico para o digital , e que nunca foi explorado antes na sua totalidade (aprender com RELX como gerar mais receitas digitais deveria ser um mantra dentro da empresa mas até recentemente não era. Posso afirmar isso). As outras participantes deste ranking das 10 maiores do setor tem uma predominância das MESSES alemãs ( Messe Frankfurt, Messe Nuremberg, etc ) e por característica tem o controle acionário mais relacionado com a cidade/região em que estão localizadas e portanto tem como missão básica gerar negócios e fluxo turístico aos respectivos estados/cidades ( os estados que compõem a republica alemã quase todos tem participação acionária nas respectivas MESSES ). Este modelo de participação do estado nas MESSES só demonstra a importância e a relevância que os eventos tem como indutores da economia. A Alemanha é o melhor exemplo mundial disso…
Mas a maior semelhança entre a INFORMA e a REED é que ambas estão neste momento sofrendo profundos impactos neste período durante a pandemia e que se não estiverem pensando no propósito de longo prazo correm o sério risco de perderem relevância em especial juntos aos agentes econômicos e principalmente em relação aos participantes das suas atividades, como os expositores de feiras de negócios, que puderam experimentar outras formas de geração de conexões comerciais. É fundamental neste momento ambas terem esforços relacionados a melhoria do ROI dos investimentos feitos pelas corporações e empresas nos seus eventos. Mamutes não sobreviveram a evolução, Elefantes hoje estão ameaçados. Tamanho importa no processo evolutivo? Empresa menores e portanto mais suscetíveis a aceitarem mudanças mais facilmente tem uma tendência a sobreviver mais facilmente? Quem são os players que irão se adaptar mais facilmente a nova normal?
Participei recentemente de um evento online com 32.000 participantes. Inicialmente estava previsto para acontecer em Toronto/Canadá com uma expectativa de 10 mil pessoas de 50 países. Foram 3 vezes mais participantes do que o esperado e de inacreditáveis110 países. Maior? Menor? Faturou menos? Faturou Mais? ( eu paguei para participar….)
O CEO deste evento fez a seguinte analogia: “ É muito difícil replicar online tudo o que o ser humano pode vivenciar offline , a SPOTIFY reinventou o consumo digital de música com muito sucesso mas não conseguiu reinventar a experiencia de uma loja de musica ou a participação em um show ou grande festival. Os eventos digitais híbridos vão ampliar as audiências ,mas ainda precisam mostrar ser relevantes financeiramente” … Bingo !